sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O que o "Magalhães" não mostra







"A Escola E B 2 3 Marquesa de Alorna só tem uma retrete para centenas de alunos utilizarem, todas as outras estão partidas. Poucas são as torneiras que funcionam. Os urinóis estão como se podem ver nas imagens. Estes factos parecem não perturbar ninguém. Nem professores, nem pais, nem alunos... A Ministra da Educação esteve na Escola a visitar as obras de melhoramento, pena foi não lhe ter dado uma indisposição, apenas para que tivesse a oportunidade de ver as condições dos alunos nas escolas modelo do ministério que tutela. Não sei se a ideia é os alunos ficarem à espera que acabem as obras. Entretanto o governo vai distribuindo “Magalhães”. Haja vergonha! E a Câmara Municipal de Lisaboa ou a Junta de Freguesia não querem saber, nem em ano de eleições? Já nada me espanta..."

http://www.lisboasos.blogspot.com/

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Jovem de 14 anos presa por se ter recusado a deixar de enviar SMS durante uma aula

"A polícia de Wauwatosa, nos EUA, prendeu uma rapariga de 14 anos por se ter recusado a deixar de enviar SMS durante uma aula. A jovem vai ter de ir a tribunal em Abril responder por conduta desordeira.
O caso teve lugar numa escola secundária da localidade do estado do Wisconsin, onde a jovem não parou de enviar mensagens através do telemóvel durante uma aula de Matemática.
Quando foi apanhada pela professora, a rapariga recusou-se a entregar o equipamento e continuou a enviar SMS, o que obrigou a docente a chamar um segurança da escola.
Perante o segurança a jovem negou ter um telemóvel, que acabou por ser encontrado por uma agente da polícia durante uma revista.
Segundo o relatório oficial do incidente o aparelho encontrava-se escondido «na zona das nádegas».
A jovem recebeu uma notificação por conduta desordeira e foi multada em 298 dólares, cerca de 233 euros, tendo agora de ir a tribunal em Abril responder por crime menor".

SOL

Os erros graves de Português, da directora regional de Educação do Norte (II)

"Agora que o ME divulgou novos programas de Português preconizando que, no final do Ensino Básico, os alunos devem ser capazes de produzir "textos coesos e coerentes" e "correctos em português padrão", o caso da DREN continua a ser exemplar do "português padrão" em uso no ME e do nível de exigência do Ministério em relação à avaliação das "competências" dos seus altos (ou baixos, sei lá) funcionários.
Depois do histórico ofício sobre os "Magalhães", a directora de Educação do Norte (que é suposto ter concluído o Básico) escreve agora, em novo ofício, coisas "coesas e coerentes" como: "Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável"; ou: "a sua [da escola] missão de processos de socialização"; ou: "razão central porque", e por aí fora.
Pelos vistos, as palavras e a gramática insistem em não respeitar a autoridade da senhora directora e, folionas (o ofício é, apropriadamente, sobre o Carnaval), fazem dela gato-sapato e escrevem-se como muito bem lhes apetece. Eu já lhes teria posto, como ao outro da piada sobre a licenciatura, um processo disciplinar".
António José Pina
JN

Os erros graves de Português, da directora regional de Educação do Norte (I)

"A directora regional de Educação do Norte tornou-se conhecida por ter instaurado (a um professor) um processo disciplinar de contornos políticos. Não contente com isso, que já é demais em qualquer país decente, avisou que coleccionava jornais e blogues que a criticassem, certamente para perseguir os seus autores.
Pode bem fazê-lo: circulam pela net algumas das suas maiores pérolas ortográficas e sintácticas, de bradar aos céus. Por menos do que isso pode negar-se emprego a muita gente. O problema é que esses erros graves de Português em documentos oficiais são dados por uma responsável do Ministério da Educação. Que confiança podemos ter num Ministério que mantém no seu posto uma chefe de serviços que atropela a Língua Portuguesa em documentos que levam o seu selo? Nenhuma".

Francisco José Viegas
Correio da Manhã

domingo, fevereiro 22, 2009

Mais um desencantado com o rumo que o país leva - António Pires de Lima

Os Pesos e as Medidas

"Porque é que Dias Loureiro já foi condenado em público num processo, o do BPN, em que nem sequer é arguido? Porque é que a presunção de inocência não se aplica a Dias Loureiro? Porque é que Dias Loureiro não suscita vozes reflectidas a censurar os julgamentos populares? Porque é que ninguém supõe existir uma campanha negra contra Dias Loureiro? Porque é que poucos ou nenhuns desconfiam da "instrumentalização política" das notícias sobre Dias Loureiro? Porque é que não se censura a violação do segredo de justiça a propósito do "caso" BPN e do respectivo envolvimento de Dias Loureiro? Porque é que as opiniões publicadas acerca de Dias Loureiro não primam pela cautela e pelos escrúpulos? Porque é quase unânime a exigência de que Dias Loureiro se demita imediatamente do Conselho de Estado em nome da respeitabilidade do cargo? Porque é que a direcção da Lusa não impõe a supressão da informação desagradável relativa a Dias Loureiro? Porque é que a PGR não emite comunicados regulares a fim de proteger o bom nome de Dias Loureiro?
Juro: não tenho a mais vaga admiração, ou até simpatia, pelo indivíduo. Tenho apenas curiosidade em comparar o tratamento que lhe é dispensado à decência recomendada em histórias que eu julgava idênticas, não que de momento me ocorra alguma".
Alberto Gonçalves
DN

sábado, fevereiro 21, 2009

E depois ainda se chateia que o chamem de Pinóquio

José Sócrates em mais uma acção de propaganda - é raro o dia em que não há uma - veio dizer que Portugal era um dos poucos países da OCDE em que não havia aulas de substituição e que, por isso, este governo está de parabéns ao ter conseguido implementá-las. Pena foi que se tenha esquecido de dizer que ao contrário desses países, onde estas aulas são pagas, em Portugal os professores as leccionam de borla. Uma pequena nuance que por sinal faz toda a diferença.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Proposta do PSD para a Educação

"Quando o PSD não deve estar em todo o lado, não significa que defenda o fim da escola pública. A predominância das instituições estatais, com parcerias público privadas, Faz parte da concepção de Estado dos sociais-democratas. Mas o cidadão deve ter possibilidade de escolher entre um e outro modelo e o direito à Educação deve depender apenas das capacidades de cada um e não das condições materiais de existência. As reformas na Educação deverão ir no sentido de garantir maior autonomia às escolas (reforçando, ao mesmo tempo, a regulação do sector), tornando-as em instituições verdadeiramente integradas nas suas comunidades, com lideranças fortes, projectos educativos próprios e formações diversificadas. Tudo isto implica um modelo de gestão diferente do actual, mais flexível, moderno e exigente, que ponha de parte o facilitismo e reforce a noção de disiciplina. Implica ainda que a intervenção do Estado se concentre na definição dos projectos pedagógicos e na avaliação das escolas, em vez dos professores".

Sábado

Um autêntico roubo ao bolso dos professores

"As alterações introduzidas pelo Governo ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), em especial a divisão entre professores e titulares, podem chegar a custar 174 mil euros a um professor ao longo da sua trajectória profissional. As contas feitas pela Fenprof, num estudo a que o CM teve acesso, permitem perceber melhor o impacto que as medidas da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tiveram, têm e terão no bolso dos docentes. E permitem também contextualizar melhor a contestação que geraram.
Chegar a titular depende sempre da existência de vagas, que nunca podem exceder 1/3 do total de docentes do agrupamento, escola ou departamento. No limite, um professor pode nunca chegar a essa categoria ao longo de 40 anos de serviço, acumulando prejuízos de 174 287,82 euros. Com 18 anos de serviço, se tiver sido aprovado na prova de acesso, um docente pode candidatar-se a titular. Mas, caso não haja vagas, determinadas em conjunto pelos ministérios da Educação e das Finanças, não pode lá chegar. No primeiro ano, perde logo 3437,42€; no segundo, 2164,40€; nos três anos seguintes acumula perdas de 12095,02€; a partir do 7º ano e até ao 12º perde 41248,20€. O docente tem agora 30 anos de serviço e perderia 12 094,46€ por ano até final da carreira. "Não sabemos quanto é que o Governo consegue poupar, mas é de certeza uma quantia astronómica", disse ao CM José Manuel Costa, da Fenprof".

Correio da Manhã

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Mais uma para o saco das agressões "pontuais"

"Uma professora de História da Escola Secundária Bernardino Machado, na Figueira da Foz, foi alegadamente agredida a murro pela mãe de uma aluna do 11º ano, tendo apresentado queixa na PSP, disse hoje fonte policial.
"Foi uma agressão física sem arma. A senhora foi vista no centro de saúde e depois formalizou a queixa", disse fonte da PSP da Figueira da Foz.
O caso aconteceu sexta-feira durante uma reunião na escola sobre o rendimento escolar da aluna, entre a mãe da rapariga - já identificada pelas autoridades -- e a docente, ambas com cerca de 40 anos.
A fonte da PSP considerou estar-se perante uma "situação muito grave", dado o contexto em que a alegada agressão ocorreu.
"Nem sequer necessita de queixa, segundo o Código Penal. É um crime público, porque há uma relação directa entre a função da docente e a agressão", explicou.
O caso está entregue ao Ministério Público".

Público

Pobre classe que teima em não saber lutar

Há motivo para ficarmos preocupados. Muitos Conselhos Executivos prorrogaram os prazos de entrega dos objectivos individuais, procurando dessa forma que mais professores cumprissem essa meta. A verdade é que estão a consegui-lo: contrariando posições anteriormente assumidas cada vez são mais os professores a capitular. Numa altura decisiva na luta contra a política educativa deste governo, em que os professores precisavam de estar unidos, eis que muitos colegas não conseguem resistir à pressão e entregam de mão beijada o ouro ao bandido. Lastimam-se estas atitudes mas, infelizmente, é a classe que temos.

Aprovado pedido de explicações ao Governo sobre objectivos individuais dos docentes

"O PS viabilizou hoje um pedido de esclarecimento ao Ministério da Educação sobre as "consequências legais e disciplinares" da não entrega por parte dos professores dos objectivos individuais, no âmbito do processo de avaliação de desempenho. Na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, os partidos aprovaram por unanimidade uma proposta do PSD neste sentido, na qual a ministra Maria de Lurdes Rodrigues é ainda questionada sobre o "enquadramento legal" decorrente do incumprimento daquele procedimento".

Público

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Presidentes de Conselhos Executivos denunciam “pressão” do Ministério da Educação

"A docente que este mês foi escolhida para porta-voz dos 212 presidentes dos conselhos executivos que contestam a avaliação dos professores, Isabel Le Gué, interpretou hoje como “uma forma de pressão” e “uma manobra intimidatória” a mensagem de correio electrónico enviada pela Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) para escolas daquela área do país, em que se pergunta qual “a posição da Comissão Executiva relativamente aos docentes que não entregaram os Objectivos Individuais”.
“Não vejo que utilidade possa ter essa informação para a DREC ou para o Ministério da Educação”, disse, quando contactada pelo PÚBLICO, Isabel Le Gué, presidente do Conselho Executivo (PCE) da secundária Rainha D. Amélia, de Lisboa, considerando que o objectivo “só pode ser pressionar, no pior sentido”.
Contesta, em concreto, aquela pergunta, enviada, pelo menos às escolas da Região Centro, no âmbito de um inquérito em que se pedem, também, o número de professores que entregaram objectivos, o dos que os não entregaram, o dos que requereram avaliação científico-pedagógica e avaliador do próprio grupo disciplinar e ainda o daqueles que pediram dispensa de avaliação. “Que relevância tem a posição do PCE em relação aos que não entregaram os objectivos individuais? Infelizmente, só posso interpretar a pergunta como uma manobra intimidatória, como forma de levar os PCE a agirem – não com o propósito que devia ter qualquer avaliação, a de melhorar o desempenho dos avaliados – mas sim por medo de serem prejudicados”, reagiu Isabel Le Gué.
Na sua perspectiva, a intenção “poderá ser impedir o movimento [de PCE contestatários] de crescer. “Somos muitos, mas podemos vir a ser muitos mais e penso que esta será uma maneira de nos tentarem silenciar”, acusou".

Jornal Público

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Governo quer contratar médicos reformados

Depois dos professores é agora a vez dos médicos. Até aqui tudo bem. O que indigna é a "pequena" diferença: enquanto os professores regressam de borla, os médicos retornam com contrapartidas financeiras. Ou seja, para uns tudo, para outros uma mão cheia de nada. E assim vai a democracia em Portugal.

Professores em voluntariado

"O Dr. Valter Lemos vem a público, neste momento (com certeza para que se esqueçam os reais problemas da educação), com o projecto de despacho sobre o trabalho voluntário de professores aposentados.
Não lhe chegou frustrar as perspectivas dos professores enquanto estavam no activo, prolongar-lhe o percurso que tinham traçado, humilhá-los, injuriá-los, etc. Vem agora em perseguição dos que saíram, muitos em ruptura com o sistema, com punições materiais elevadas para além de atentados à sua dignidade.
O despacho contem uns longos considerandos seguidos de seis pontos ainda com alíneas e terminando com um anexo que destaco aqui
Anexo
Áreas de eventual intervenção do professor voluntário
- Apoio à formação de professores e pessoal não docente;
- Planeamento e realização de Acções de Formação para Encarregados de Educação;
- Apoio a professores - na programação, na construção de materiais didácticos;
- Apoio a alunos nas salas de estudo;
- Apoio e integração de alunos imigrantes - complementando o trabalho levado a cabo pelas escolas, nomeadamente através do reforço no ensino da Língua Portuguesa ou na ajuda ao estudo das disciplinas;
- Ajuda ao funcionamento das bibliotecas escolares / Centros de Recursos Educativos - através de projectos de leitura recreativa, ajuda à pesquisa bibliográfica ou electrónica, elaboração de trabalhos;
- Apoio aos Projectos Curriculares de Turma - através, nomeadamente, do apoio à interdisciplinaridade (análise e concertação de programas);- Acompanhamento dos percursos escolares dos alunos;
- Apoio a visitas de estudo;
- Apoio burocrático-administratívo;
- Dinamização do binómio Escola / Família - através da ajuda na mediação escolar ou na recolha, criação e divulgação de materiais sobre temas de interesse dos Encarregados de Educação;
- Articulação Vertical e Horizontal dos currículos, privilegiando o contacto com as escolas e a programação vertical (ou horizontal) dos programas e de outros projectos visando o sucesso educativo dos alunos;
- Articulação de Projectos internos ou Escola / Autarquias/ Empresas visando a angariação de recursos e/ou integração profissional de alunos;- Dinamização de Projectos de Aproximação da Escola ao Meio buscando o envolvimento da comunidade nas actividades escolares tendo em vista a consecução de objectivos específicos;
-Apoio e dinamização de actividades extracurriculares com a criação e/ou ajuda na dinamização de Clubes de Tempos Livres;
- Participação no Observatório de Qualidade da Escola/Agrupamento de Escolas;
- Elaboração da biografia da Escola / Agrupamento de Escolas;
- Criação e dinamização de um espaço de informação para professores sobre congressos, efemérides, projectos escolares, projectos sociais, publicações, boas práticas...;
- Apoios específicos em áreas de formação académica dos candidatos;- Envolvimento em Projectos de melhoria da sociedade local;
- Desempenho de funções de tutoria;- Apoio a programas de investigação.

Penso eu:
1- Tudo isto é trabalho para pessoal no activo!
2 - Ou será que se aposentaram os profs excelentes e agora o ME precisa deles?! À borla, claro!
3 - Será que os voluntários dos hospitais também ajudam na formação dos médicos e demais pessoal?! Será que tb ajudam em programas de investigação?!"

Joviana Benedito

Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora

domingo, fevereiro 15, 2009

Afinal são só precisas 25 horas de formação

Contrariamente ao que era voz corrente nas escolas e nos Centros de Formação, os professores não são obrigados a apresentar 50 horas, mas sim 25 horas de formação até final de 2009
Finalmente o Ministério da Educação (ME) vem ao encontro da exigência apresentada pelo Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZCentro/FNE) de os professores apresentarem até finais de 2009 apenas um total de 25 horas de formação.

sábado, fevereiro 14, 2009

É isto o que nos espera

"Paulo Guinote, mentor do pedido de parecer a Garcia Pereira, afirmou ao CM que “este documento servirá de suporte a todos os professores notificados pelos Conselhos Executivos e que queiram fundamentar a adesão à não-entrega dos objectivos individuais”.

Com este parecer, sublinha Paulo Guinote, os professores podem “avançar com pedidos concretos de fiscalização ao Tribunal Constitucional”, ressalvando, porém, que os docentes “têm de estar preparados para uma ‘guerra’ jurídica longa, que implica muita resistência”. “Temos de estar preparados para sofrer consequências mesmo antes de conseguirmos demonstrar que temos razão”, concluiu.

Portugal Diário

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ministra da Educação desvaloriza parecer de Garcia Pereira sobre avaliação

Como era de prever, a ministra da Educação desvalorizou o parecer de Garcia Pereira: "Não valorizo os pareceres. Os pareceres são encomendados e devem ser valorizados por quem os encomendou. Não pedi nada ao professor Garcia Pereira, portanto, não tenho que valorizar nada".
Ou seja, como este parecer não lhe convém há que não lhe dar importância. Pelos vistos, para a senhora ministra e o governo socialista, só devem ser tidos em conta os estudos encomendados e pagos por eles. Esses sim, devem ser valorizados. Tal como o recente estudo sobre o 1º ciclo que o primeiro ministro tão prontamente publicitou.

A "vitória da educação" chama-se "melhoria das estatísticas"

"A frase (de Marçal Grilo, ex-ministro da Educação) deveria ser pacífica: "O País e as famílias perceberam que não basta andar na escola e passar de ano, é preciso saber." Mas não é.
A grande ‘vitória da educação’, nos últimos tempos, chama-se ‘melhoria das estatísticas’; melhorando-se as estatísticas, melhora-se oficialmente a ‘qualidade do ensino’, em vez de ser ao contrário. Ora, acontece que, na maior parte das vezes, a melhoria das estatísticas não tem a ver com a melhoria do aproveitamento escolar. Todos os instrumentos estão lá, na escola – mas falta os ingredientes fundamentais, a exigência, uma certa disciplina e autonomia. A escola não pode progredir se estiver dependente de todas as influências e pressões. Não pode ser uma extensão do Governo ou da família".

Francisco José Viegas, Correio da Manhã

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O parecer de Garcia Pereira

Contrariamente ao que a maioria dos docentes pensará por esta altura, não me parece que o parecer de Garcia Pereira valha de muito no braço de ferro entre professores e Ministério da Educação. A verdade é que se trata apenas de um parecer e os pareceres não fazem doutrina. Ainda por cima, é um parecer pago por uma das partes (um grupo de professores) e como todos sabemos ainda está para nascer o primeiro parecer que não seja favorável ao pagante. Em suma, por muita razão que tenha o digníssimo advogado nas suas alegações, estas só terão consequências se forem validadas pelos tribunais. O que significa que muita água ainda correrá por debaixo das pontes até que esta questão esteja resolvida. E sabemos como o tempo joga a favor do Ministério da Educação.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Está bem...façamos de conta

"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos".

Mário Crespo
JN

Propostas do Ministério da Educação sobre a estrutura da Carreira Docente











domingo, fevereiro 08, 2009

A montanha voltou a parir um rato

Do encontro dos 212 presidentes de Conselhos Executivos que pouco acrescentou à última reunião, ressalta a declaração de Isabel Guê, presidente do Conselho Executivo da secundária Rainha D. Amélia, quando ao ser interpelada se o tema da demissão colectiva tinha sido um dos pontos do debate afirmou que "decidimos ter a coragem de não nos demitirmos, de não nos demitirmos de continuarmos a ter voz".
Cofesso que fiquei deveras sensibilizado com estas palavras. Pensava eu que a demissão é que constituiria um acto de coragem. Afinal estava redondamente enganado: manterem-se no seu posto aceitando fazer a avaliação, candidatarem-se ao novo lugar de Director acumulando um suplemento de 750 euros, isto sim é um acto de coragem. Realmente estou sempre a aprender.

sábado, fevereiro 07, 2009

A desunião dos professores origina artigos como este

"Neste momento, com os dados dispersos e os comentários cruzados disponíveis, é já possível afirmar que a avaliação do desempenho dos professores está a implantar-se nas escolas. Chegados ao momento de dar início à avaliação, versão simplex, uma maioria de docentes decidiu apresentar objectivos. Há uma minoria que resiste a fazê-lo, mas as comissões executivas - ainda que solidárias com eles - vão colmatar esse último sinal de resistência, evitando sanções e fins de contrato, que eventualmente poderiam recair sobre eles. No fim do ano lectivo, restará a esses professores resistentes elaborar a sua auto-avaliação deste ano lectivo.
Vitória de Maria de Lurdes Rodrigues? Talvez o seja, a começar no plano político. Mas a maior vitória está a ocorrer em cada dia que passa nas 11 700 escolas. Os sinais de desanuviamento, de redução da crispação entre colegas avaliadores e avaliados, são já visíveis. Isto é: se, em Abril de 2008, o acordo com a Plataforma Sindical - hoje sabemo-lo! - se limitou a adiar um confronto inevitável, em Janeiro de 2009 as tréguas desta guerra estão a ser firmadas pelos e entre os docentes de cada escola de Portugal.
A experiência deste processo ditará o aperfeiçoamento do modelo. Assim saiba a ministra da Educação ter a humildade de levar a sério o acervo que lhe venha a ser apresentado no fim deste ano lectivo".

Editorial
DN

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Isto é motivo para nos revoltarmos

ECD MADEIRA, AÇORES E CONTINENTE

Dúvidas na legalidade e constitucionalidade das medidas do Governo

Fenprof quer impugnar avaliação dos professores nos tribunais. É caso para perguntar porquê só agora o sindicato resolve avançar com esta medida? Será que o parecer jurídico pedido a Garcia Pereira, por um grupo de professores, teve alguma influência nesta decisão? Será que sentem que estão a perder o protagonismo e decidiram arrepiar caminho para não perderem a confiança dos professores? Posso estar a ser injusto, mas fico com a ideia de que os sindicatos andam a reboque dos acontecimentos.

Desilusão

Os professores perderam uma excelente oportunidade de dar a machadada final no processo da avaliação docente. Depois de várias conquistas, esta poderia ter sido a derradeira batalha que levaria à capitulação deste modelo de avaliação. Infelizmente, mais de 50% dos docentes resolveram não entregar os objectivos individuais, contrariando posições anteriormente assumidas. A coerência deu lugar à incoerência. Numa altura de cerrar fileiras, o interesse individual sobrepôs-se ao interesse de toda uma classe. Queriam estes colegas, colher benefícios sem correr riscos. Santa ingenuidade! Depois disto, fica claro que quando chega a hora da verdade a maioria de nós deita a toalha ao chão. A resistência aparentemente terminou e o Ministério da Educação pode assim cantar vitória. Três tristes criaturas conseguiram vencer 140.000 professores. Motivo mais do que suficiente para nos sentirmos envergonhados.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Vasco Graça Moura, desmonta o pretenso e vergonhoso "relatório da OCDE"

"O Governo divulgou um pomposo documento intitulado "Políticas de Valorização do Primeiro Ciclo do Ensino Básico em Portugal", elaborado por cinco peritos ditos independentes.
O perito português foi nomeado subinspector-geral da Educação em 1.1.2007 e veio a ser nomeado presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores em 1.11.2008. O CCAP existe na dependência directa do membro do Governo responsável pela área da educação (art.º 134 do DL 15/2007, de 19 de Janeiro). Parece pois tratar-se de um independente que, à data do documento (Dezembro de 2008), estava na dependência directa do Governo!
Este verdadeiro oxímoro dialéctico não impediu o PS, nem o Ministério da Educação, nem o primeiro-ministro (este em plena Assembleia) de garantirem a independência dos peritos.
Mas temos ainda a Deborah.
"A Deborah", assim ternurentamente tratada com a familiaridade dos grandes pelo primeiro- -ministro, como se viu na televisão, escreveu o prefácio. O PM chegou a afirmar no Parlamento que o relatório tinha sido assinado por ela.
A dama é chefe de divisão das Políticas de Educação e Formação da OCDE desde meados de 2007. É uma economista que não publicou até hoje, que se saiba, uma única linha sobre questões de educação a não ser o tal prefácio (ver a lista actualizada do que ela escreveu em http/econpapers.repec. org/RAS/pro105.htm).
Pois a Deborah prestou-se a vir a Lisboa armada em lavandisca promocional só para servir um objectivo do Governo socialista: o de fazer passar a ideia de que se tratava mesmo de um relatório da OCDE.
E diz muito ufana que a avaliação feita "segue de perto a metodologia e abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países membros ao longo dos anos". Vejamos.
Na pág. 26 informa-se que a avaliação teve por base um "relatório abrangente", preparado pelo próprio ministério, descrevendo as medidas e fornecendo muita informação e dados. "Foi estudado antes da visita de seis dias a Portugal de uma equipa internacional para entrevistar os principais actores educativos e visitar um pequeno número de escolas".
De págs. 87 e 88 deduz-se que, em 14 reuniões, os peritos se avistaram com 2 secretários de Estado, 4 elementos dos serviços centrais, 7 dos serviços regionais, 3 do IGE, 4 peritos, 3 coordenadores dos programas de formação contínua de professores, 3 elementos das associações profissionais de professores, 5 coordenadores de escolas do primeiro ciclo do meio urbano e outros 5 do meio rural, 3 membros da Confederação das Associações de Pais, 5 do Conselho das Escolas, 3 do Conselho Nacional de Educação, 4 dos sindicatos e 7 representantes das autoridades locais (Guimarães, Gondomar, Santo Tirso, Amadora, Ourique, Lisboa e Portimão, sendo que "só" seis destas sete autarquias são PS).
De derrear um cristão! Umas 57 pessoas, pelo menos, mais as deslocações e os encontros do Minho ao Algarve, 11 escolas, cinco direcções regionais, tudo isto numa lufa-lufa, tudo isto numa maratona esfalfante, tudo isto sem tempo para fazer chichi, tudo isto em seis dias, seis, num inglês dos intervenientes lusitanos, que se supõe mais ou menos pedestremente técnico, e num português dos quatro peritos estrangeiros, que não pode deixar de ser ágil e escorreitíssimo, para eles terem conseguido perceber e qualificar tanta coisa em tão pouco tempo.
Talvez por isso, a adjectivação seja bastantemente esbaforida: "ambição" e "rapidez" sem paralelo internacional, "ampla melhoria", "excelente relatório nacional" (o tal preparado pelo ministério), "impressionante conjunto de dados", "enorme sucesso" (p. 13), "visão política clara", "elevado conhecimento estratégico", "resposta corajosa e imaginativa" (p. 17), "desenvolvimentos impressionantes" (p. 18), "excelente modelo de formação contínua", "impressionante leque de informação" (p. 19), "liderança decisiva e visionária", "modelo admirável" (p. 44), "grande sucesso", "professores bastante entusiasmados" (p. 47), coisas assim.
Se é assim que a OCDE trabalha, estamos bem aviados! Resta saber quem é que intermediou toda esta batota e quanto é que ela custou".

Vasco Graça Moura
DN

Santana Castilho opina sobre o pretenso relatório da OCDE


A razão porque o presidente da CONFAP, Albino Almeida, está sempre alinhado com as posições do Ministério da Educação

"Para que conste e porque muita gente não sabe, a CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais) recebeu do Gabinete da Ministra da Educação duas tranches de 38.717,50 euros cada uma, no segundo semestre de 2006, conforme publicação no Diário da República N. 109 de 6/6/2007 (pág. 15720). Recebeu ainda mais 39.298,25 euros no primeiro semestre de 2007, conforme publicação no DR N. 201, de 18/10/2007(Pág. 30115).

Trata-se da única organização que recebe verbas directamente do Gabinete da Ministra. Com um salário destes, o que se pode esperar do sr. Albino Almeida? Mais de 150.000 euros por ano é muito dinheiro. O sr. Albino é apenas e só um assalariado do Ministério da Educação (por sinal, muito bem pago com os nossos impostos)".

Anónimo, Público On-Line

Ministra da Educação aconselha professores a lerem legislação

"Que acontecerá aos professores que não entreguem os objectivos individuais para avaliação? A pergunta foi colocada, pelo menos cinco vezes, por diversos deputados das Oposição, na audição parlamentar desta terça-feira. A ministra da Educação nada respondeu.
No final da reunião, os jornalistas insistiram na questão e Maria de Lurdes Rodrigues respondeu para dizer quase nada. Limitou-se a enviar publicamente um conselho aos professores "leiam a legislação". Depois de avisar que a avaliação é "um direito e um dever", a ministra deixou o aviso de que as consequências das decisões individuais devem ser conhecidas por quem as toma. "Não é aceitável que um cidadão pergunte o que lhe acontece se não pagar os impostos". Mas a legislação levanta dúvidas, tanto aos sindicatos como às escolas, ao indicar apenas que a avaliação conta para a progressão na carreira".

JN

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Estes tipos não têm vergonha na cara!

A perversidade deste Ministério da Educação não tem limites. Só mentes muito retorcidas podem vir propor que os professores reformados regressem às escolas em regime de voluntariado para aí fazerem valer os seus conhecimentos e a sua experiência, a troco de nada. De borla. Contado ninguém acredita!
Esta gentalha que ao longo do seu mandato não tem feito outra coisa que não seja denegrir a imagem dos professores - acusando-os de incompetentes e de serem os responsáveis pelo descalabro a que chegou a escola pública, levando a que muitos destes professsores, a quem eles agora pedem apoio, saíssem do sistema revoltados com tanto desprezo -, tem agora a distinta lata de apresentar uma medida destas? Enxerguem-se. Haja bom-senso e um mínimo de decoro e de respeito. Estes professores, ainda que aposentados, não merecem ser tratados desta forma.

FNE apresenta a sua proposta de carreira única

"A FNE revelou a proposta que quer levar para mesa das negociações com o Ministério da Educação: carreira docente única, nove escalões, possibilidade de atingir o topo e avaliação extraordinária do 6.º para o 7.º escalão.
Trata-se de uma proposta ambiciosa que se afasta do que tem defendido o Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues.
A FNE insiste numa carreira docente única desenvolvida em nove escalões (o mesmo número dos actuais, que se dividem entre seis para professor e três para titular), tendo todos os professores a possibilidade de acederem ao topo, tal como sucedia antes do Estatuto da Carreira Docente que entrou em vigor em Janeiro de 2007. Para se progredir na carreira, contariam três critérios: o tempo de serviço previsto, a avaliação do desempenho igual ou superior a "satisfaz" e formação contínua. O tempo de serviço para que o docente possa aceder ao nível de remuneração mais alto seria de 28 anos (o índice remuneratório será igual ao do topo da carreira técnica superior da administração pública).
Quanto ao modelo de avaliação do desempenho, a FNE propõe uma avaliação feita em duas vertentes - uma "formativa" e outra "sumativa". A "avaliação formativa" seria uma auto-avaliação dos professores, "num esforço de reflexão permanente sobre a sua actividade", devendo elaborar um "dossier pedagógico" representativo da sua actividade.
A "sumativa" seria uma avaliação externa levando em conta a assiduidade, o cumprimento do serviço distribuído e a participação do professor em projectos de investigação.
Do sexto para o sétimo escalão, a FNE considera que se justifica, para progredir, uma avaliação extraordinária: "Colocamos na transição do sexto para o sétimo escalão uma avaliação extraordinária realizada perante um júri que integra elementos externos à escola", disse o dirigente da FNE, Dias da Silva, na conferência de imprensa dada em Lisboa.
A formação contínua deve ser "dada pelo Ministério de forma gratuita, indo ao encontro das necessidades do docente na sua área científico-pedagógica", disse".

JN

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Professora agredida à dentada por aluno de dez anos numa escola em Faro

Isto de bater nos professores deixou de ser notícia, tal a frequência com que estas situações ocorrem. Depois dos pais e dos alunos mais velhos é agora a vez dos mais novos começarem também a mostrar serviço. Para o ciclo ficar completo faltam só os putos da pré-primária. Lá chegaremos. E não vai ser preciso esperar muito tempo.