segunda-feira, março 31, 2008
domingo, março 30, 2008
sábado, março 29, 2008
Palavras, leva-as o vento...
Mobilidade especial ameaça 2000 professores
"O governo aprovou na quinta-feira o diploma que permite atribuir novas funções noutros sectores da administração pública aos professores incapacitados para o exercício da profissão. Mário Nogueira, da Fenprof, fala de "insensibilidade do Governo para com aqueles que já muito deram à escola pública, tratando os professores como material que se usa, estraga e deita fora".
Ao entrarem no regime de mobilidade especial, os professores mantêm numa primeira fase o salário anterior, durante dois meses, podendo frequentar acções de formação para serem integrados noutros serviços. Caso não consigam colocação, o salário sofre um corte de 16,7% nos dez meses seguintes, em que são obrigados a frequentar acções de requalificação. Ao fim de um ano sem encontrar novo posto de trabalho na Função Pública, o salário é novamente cortado em 33,4%.
O governo diz que se trata de uma medida de "fim de linha", depois de esgotadas outras soluções como a aposentação, reclassificação, reconversão ou se o professor pedir licença sem vencimento. Mas para a Fenprof, entre os 2000 professores que esta medida envolve, "há professores com falta de visão, audição, ou com dificuldade de permanecer muitas horas em pé numa sala de aula mas que, apesar disso, podem desempenhar outras funções dentro da escola".
Mas a ministra da educação foi colocada numa posição difícil com esta decisão. "Este decreto-lei vem provar que a ministra da Educação não falou verdade quando disse que nem um só professor passaria para a mobilidade especial", disse Mário Nogueira à agência Lusa.
A Fenprof entende que o governo deveria ter assegurado que estes docentes incapacitados, mas que tenham condições de se manter na escola - por exemplo, na biblioteca ou apoios vários - não entrassem no grupo destinado à mobilidade especial".
Uma bandeira para as escolas
João Marcelino
sexta-feira, março 28, 2008
quinta-feira, março 27, 2008
terça-feira, março 25, 2008
Sempre que abrem a boca sai asneira
S.O.S. Professor
A linha SOS Professor, em funcionamento desde Setembro, recebeu em 5 meses 128 contactos dos quais 39% relatam situações de agressão física, isoladas ou em simultâneo, sendo que 37,2% das agressões partiram dos alunos e 21% dos encarregados de educação. Ainda mais inacreditável é o facto de a maior parte dos casos ocorrer no 1.º ciclo (antiga primária), 31%, seguindo-se o 2.º e 3.º ciclos (25,6%) e o ensino secundário com 15,5% das denúncias.
Quanto às zonas do País, Lisboa lidera com 36%, Porto 26% e Setúbal (13%). Segundo dados do Observatório da Segurança Escolar divulgados no Parlamento, no passado ano lectivo foram contabilizadas 390 agressões a professores na escola e arredores, o que dá uma média diária superior a dois casos tendo em conta que há 180 dias de aulas por ano.
Agora notem: no passado ano lectivo, os professores ingleses foram vítimas de 221 agressões, de acordo com dados da Comissão de Saúde e Segurança do Reino Unido, menos 169 do que em Portugal.
Há apenas um pequeníssimo pormenor a ter em conta: em Portugal, há cerca de 150 mil docentes enquanto nas escolas inglesas trabalham mais de 420 mil!
Volto à minha pergunta, o que fazer? Leio na Net que a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) propõe que estas agressões fossem consideradas "crimes públicos", mas tal significa uma alteração legislativa. Afinal há boas notícias! O Governo e a Assembleia podem tornar efectiva a punição a este tipo de comportamentos.
A má notícia é que, contrariamente ao que já acontece na vizinha Espanha, os tribunais ainda não obrigam os encarregados de educação ao pagamento de multas.
É pena. Doutra forma não vamos lá!"
Luisa Castel-Branco
segunda-feira, março 24, 2008
Frases
Luísa Dacosta
Escritora, ensaísta e pedagoga
Notícias Magazine
domingo, março 23, 2008
O declínio
sábado, março 22, 2008
Psicólogos da treta
Ele voltou a estranhar. Algumas questões que lhe surgiram quando foi confrontado com as imagens nos telejornais de quinta-feira: "Em que medida é que aquela professora tem preparação para dar aulas? Haverá um trabalho conjunto naquela escola? Quantos pais aproveitaram esta circunstância para dialogar com os filhos?
(...)Há alunos e alunos e pais que são maus exemplos. Mas isso não desresponsabiliza a escola, que tem de estar preparada para esta situação de diversidade", alerta João Amado.
O psicólogo recusa, contudo, que a agilização dos procedimentos disciplinares, alegadamente contemplada no novo Estatuto do Aluno, venha resolver alguma coisa: "A autoridade que os alunos têm de reconhecer no professor não passa pelo que está escrito nos regulamentos, mas sim pelo modo como se exerce a docência."
Nas escolas, a violência não se exerce só para um lado: "O respeito pelos professores é fundamental, mas os alunos também têm que ser respeitados", adverte o psicólogo, sublinhando que não poucas vezes "os procedimentos disciplinares são motivo para grandes injustiças".
Público
Nota - São análises como esta que muito têm contribuído para o crescente clima de indisciplina que se vive hoje em dia nas escolas. Cada vez que os petizes descarrilam, é certo e sabido que vários psicólogos são chamados a dissertarem sobre o assunto e, como é habitual, o discurso é sempre o mesmo, assente nas "velhas" teorias da treta que, basicamente, apontam no sentido da desculpabilização do comportamento dos jovens. Confesso que já não tenho pachorra para aturar este e outros quejandos que pululam pelos media e que só dizem alarvidades. Transformados em eminências pardas pela comunicação social (confesso que ainda não percebi porquê!), que os solicitam frequentemente, este senhores deviam ser obrigados a, durante uns meses, dar aulas numa escola problemática de Lisboa ou Porto, para tomar contacto com a dura realidade, que pelos vistos desconhecem, e que nós professores vivemos todos os dias. Estou convicto que as suas fortes convicções sofreriam um duro revés e, por certo, deixariam de dizer barbaridades como aquelas que reproduzimos.
sexta-feira, março 21, 2008
E para quando uma avaliação dos pais?
Ferreira Fernandes
quinta-feira, março 20, 2008
quarta-feira, março 19, 2008
100 Mil
Paulo Narigão Reis
terça-feira, março 18, 2008
Os Professores, a Avaliação e os Mirones da Educação
São absolutamente espantosos as comentários feitos, publicamente, à Manifestação de Professores no passado dia 8 de Março.
O Jornalista Emídio Rangel dá-lhes o nome de “hooligans”, uma “senhora” (aspas intencionais) que pôs um artigo na Internet (Portugal Notícias, 13.03) apelida a marcha de professores de “marcha de chulos”. Outro jornalista do Correio da Manhã diz que os professores “andaram aos saltinhos pelas ruas”. Um senhor reformado ( PWB Netcabo 12.03) queixa-se que começou a trabalhar aos 14 anos, mudou 10 vezes de emprego, tem uma pequena reforma e que os malandros dos professores ficam com boas reformas sem fazer nada, ou quase nada!
E todos concordam em, pelo menos, quatro pontos : os professores são uns madraços, preguiçavam à conta do Estado, pelam-se de medo da avaliação e viva a Sra. Ministra que vai meter isto tudo na ordem! Os professores são o bode expiatório da nação. Delapidaram os cofres do Estado e não ensinaram nada aos coitados dos alunos.
Avaliem-nos! Avaliem-nos ! - grita a multidão - os professores andaram anos e anos armados em espertos, a passar e a chumbar alunos à sua livre vontade, agora somos nós que os passamos ou chumbamos, nós, os pais e os alunos, e só passamos quem quisermos!
Ora, meus caros - e menos caros - amigos, há aqui vários equívocos graves.
Para começar, todos os professores são profissionais com uma formação estruturada, aplicada e aprovada pelo Ministério da Educação. Os professores e os médicos são as duas categorias profissionais em que são perfeitamente visíveis os resultados do seu trabalho e em que a avaliação é feita dia a dia, no local de trabalho, através dos resultados que atingem. Se o médico não consegue descobrir o tratamento adequado ou comete um erro, o doente morre.
Mas agora surge o ponto crucial da questão:
Se o doente não tomar os medicamentos e não seguir os conselhos médicos, no caso de morrer, a culpa é do médico? Ou se o médico não tiver os medicamentos para ministrar e os instrumentos para a operação, se o doente morrer, a culpa é dele? É lógico que não é. Mas nesse caso, porque andam a culpar os professores dos maus resultados dos alunos, se lhes retiraram todos - ou quase todos os”medicamentos ” e “instrumentos” de que dispunham para exercer a sua profissão?
Refiro-me aqui ao respeito, à autoridade dentro da sala de aula, à possibilidade de fazer com que os alunos estivessem quietos, calados , prestassem atenção à aula, não faltassem e tentassem, pelo menos, atingir a nota mínima para passar de ano.
Mas ai do docente que cometa um erro! A “senhora” que mencionei acima falava, indignadíssima de uma professora que Tinha Cometido Um Erro No Enunciado DE UM TESTE! Do modo como apresentava a questão, parecia que daí poderia resultar o fim do mundo, ou, pelo menos, a terceira Guerra Mundial.
Avaliação! Avaliação! Avaliação! - grita a multidão. Vamos avaliar os incompetentes dos professores!
E a Sra. Ministra rejubila. Sim, porque enquanto estiverem ocupados com um processo de avaliação tão incorrecto, tão moroso, complicado desnecessariamente ao mais alto grau, os professores não vão sequer ter tempo para comer ou dormir, quanto mais para ensinar, criticar o sistema de ensino ou organizar manifestações.
Pensem nisto, meus caros – e menos caros – amigos. Pense nisto também, Sra. Ministra!
Maria Teresa Duarte Soares - Professora
segunda-feira, março 17, 2008
Sobre a situação dos professores
Nunca em Portugal se conseguiu juntar quase toda a gente da mesma classe nestas condições. É um fenómeno digno de atenção a sério em qualquer país da Europa e do Mundo. Não há notícia de haver uma situação semelhante no ensino noutro país. É um fenómeno social que merece estudos e explicações profundas.
O Ministério da Educação e o Primeiro-Ministro conseguiram levar à ruptura total. Não é mais possível continuar a demagogia de que os professores não perceberam. Os professores são licenciados, muitos têm mestrados e doutoramentos, muitos têm participado em inúmeras experiências cívicas, lêem, produzem conhecimento e não podem continuar a ser tratados como homúnculos ignorantes e obedientes à força.
A partir daqui, se não antes, demonstrou-se que o Ministério governa contra todos os professores, não tem qualquer autoridade moral, manda apenas porque manda, em ditadura no Ensino. Os professores obedecem por coacção do Estado e nada mais. Cumprem apenas porque são obrigados.
Os professores são cerca de 150 mil, têm famílias, têm milhões de alunos com famílias. Ao obrigar os professores a obedecer sem qualquer explicação, com as liberdades coarctadas, o governo está a enviar uma mensagem repetida a todos: obedeçam que nós é que sabemos, sejam cidadãos limitados pelos nosso decretos.
O problema já ultrapassou o Ministério da Educação e o Governo. Agora, permitam-me que exprima a minha opinião, cabe aos órgãos legitimamente eleitos pelos cidadãos tomar atitudes: a Assembleia da República e o Presidente da República. Com este ministério perderam-se anos de reformas possíveis que, a não ser tomada alguma atitude urgente, podem levar a situações de difícil controlo não apenas entre os professores mas entre outros estratos da população do país.
O Ministério da Educação esforçou-se por tentar demonstrar que os professores não prestam, sobretudo ao decretar a divisão em duas categorias artificiais em que quase ninguém, apesar de todo o esforço desenvolvido, percebeu porque ficou numa ou noutra, ou com carreira bloqueada durante largos anos. Todos ficaram prejudicados com este novo estatuto.
Criou-se um concurso iníquo em que dividiu os professores em duas classes, sem ouvir quase ninguém, ou antes, ouvindo apenas aqueles que concordavam. Iníquo porque não houve qualquer avaliação de desempenho credível, mas apenas uma soma de pontos dos cargos (de alguns) exercidos nos últimos sete anos, fazendo tábua rasa de toda uma vida profissional e de lutas pela educação e ensino público.
Aumentou-se o horário dos professores deixando-lhes apenas sete horas semanais para preparar aulas, fazer a avaliação, formação etc. E como se não bastasse, o Ministério inunda as escolas com decretos, circulares, informações contraditórias a meio do ano lectivo, com um estatuto do aluno que ora entra em vigor ora é adiado, com um decreto sobre avaliação que ora tem um prazo ora tem outro, ora é para avaliar durante este ano lectivo todos os professores ora é para avaliar apenas os contratados ou os que podem mudar de escalão...
Aprovou-se em Conselho de Ministro a nova gestão que apenas vai levar a um reforço da autoridade e do autoritarismo, com conselhos pedagógicos nomeados por uma única pessoa, com uma participação teórica dos pais e autarquias que até aqui não têm funcionado.
No discurso oficial fala-se em autonomia mas também se fez tábua rasa de toda a organização das escolas que tinham departamentos e agora se vêem obrigadas, nem sequer por decreto, a limitar-se a quatro departamentos para a avaliação dos professores e continuando a ser inundadas por despachos, circulares e informações que não permitem qualquer margem de manobra, a não ser nos aspectos que podem permitir ainda mais a sujeição dos professores à autoridade.
Criou-se uma avaliação burocrática sem que antes as escolas estivessem avaliadas, com parâmetros indefinidos, com uma margem enorme para a arbitrariedade e que levará certamente a pôr em causa a liberdade de escolha de métodos de ensino, com uma avaliação, dita "por pares" mas que poderá levar a exclusões, promoções e ultrapassagens, pela sua falta de independência e condicionamento. Uma avaliação que longe de visar a qualidade do ensino apenas vai permitir a classificação com vista à descriminação entre os que sobem e os que ficam com a carreira bloqueada, e inquinar o ambiente das escolas. E tudo à pressa, sem qualquer testagem, sem qualquer validação.
Recuou-se na aferição dos resultados. Ninguém sabe como comparar resultados no Ensino Básico, excepto em Português e Matemática e, no Ensino Secundário, apenas em algumas disciplinas mas cujos programas têm competências exigidas que não podem ser avaliadas apenas por exames. Mesmo assim, pretende-se que os professores sejam avaliados por esses resultados, uns que não são totalmente comparáveis entre si, outros que nunca podem ser comparados.
Quer o ministério fazer uma avaliação para culpabilizar só os professores?
Não se quis, pelo contrário, mexer em aspectos significativos dos curricula. Continuam várias disciplinas a ter apenas uma aula por semana, em que os alunos não podem aprender simplesmente porque não têm aulas, em turmas diversificadas com 28 alunos. Continuam programas que parecem no papel mini licenciaturas mas onde não há tempo para desenvolver competências, dada a extensão dos conteúdos. Pelo contrário, a rede escolar não contempla a possibilidade de os alunos que quiserem terem disciplinas como Política, Antropologia Cultural etc. ou até Latim.
Agora está tudo em causa. Há que discutir não apenas a legislação recentemente promulgada ou em processo de, mas tudo quanto foi feito nos últimos anos, sob pena de nos afundarmos ainda mais, depois destes anos perdidos, num país que ainda tem analfabetos e um défice enorme de formação dos seus cidadãos"
José Soeiro
domingo, março 16, 2008
Ensino português
João Pereira Coutinho
sexta-feira, março 14, 2008
Um olhar sobre a manifestação de professores
Maria Filomena Mónica
quinta-feira, março 13, 2008
Mais um texto escabroso sobre os professores
Gonçalo Bordalo Pinheiro
A avaliação simplificada
quarta-feira, março 12, 2008
Entrevista a Maria Filomena Mónica
Escola e Justiça pelas próprias mãos
Essa vontade de disciplinar os professores, eu percebo-a. Durante trinta anos, uma série de funcionários que abundou “pelos corredores do ME” (gosto da expressão, eu sei), decretou e planeou coisas inenarráveis para as escolas – sem as visitar, sem as conhecer, ignorando que essa geringonça de “planeamento”, “objectivos”, princípios pedagógicos modernos, funcionava muito bem nas suas cabecinhas mas que era necessário testar tudo nas escolas, que não podem ser laboratórios para experiências engenhosas. Muitos professores foram desmotivados ao longo destes anos. Ou porque os processos disciplinares eram longos depois de uma agressão (o ME ignora que esses processos devem ser rápidos e decisivos), ou porque ninguém sabe como a TLEBS é aplicada. Ninguém, que eu tivesse ouvido nas escolas onde vou, discordou da necessidade avaliação. Mas eu agradecia que se avaliasse também o trabalho do ME durante estes últimos anos; que se avaliasse o quanto o ME trabalhou para dificultar a vida nas escolas, com medidas insensatas, inadequadas e incompreensíveis; que se avalie a qualidade dos programas de ensino e a sua linguagem imprópria e incompreensível. Sou e sempre fui dos primeiros a pedir avaliação aos professores, porque é uma exigência democrática e que pode ajudar a melhorar a qualidade do ensino. Mas é fácil escolher os professores como bodes expiatórios de toda a desgraça “do sistema”, como se tivessem sido eles a deixar apodrecer as escolas ou a introduzir reformas sobre reformas, a maior parte delas abandonadas uns anos depois. Por isso, quando pedirem “justiça”, e “disciplina” e “rigor” (coisas elementares), não se esqueçam de visitar as escolas, de ver como é a vida dos professores, porque creio que se confunde em demasia aquilo que é “o mundo dos professores” com a imagem pública de um sistema desorganizado, oportunista e feito para produzir estatísticas boas para a propaganda".
terça-feira, março 11, 2008
Encalhados
Helena Matos, jornalista
segunda-feira, março 10, 2008
"Séquesso"
Henrique Mendes
domingo, março 09, 2008
Avaliação
António Barreto
Público
E agora o que fazer?
sábado, março 08, 2008
Excelente reflexão
Pacheco Pereira
sexta-feira, março 07, 2008
Educação e exemplos
Valerá a pena mudar?
Que tempo resta para ensinar? A cabeça dos agentes educativos fica atafulhada de tarefas estupidificantes, inúmeros papeis para preencher e não sobra um cantinho para o que devia ser a sua mais nobre missão: ensinar. Além disso, são obrigados a permanecer num local sem o mínimo de condições para pensar e trabalhar. Eu sei o que é ter de passar os intervalos numa sala de professores, onde há cerca de 20 pessoas a conversar sobre tudo e sobre nada, a falar ao telefone e a fazer barulho. Sem secretárias, muito menos computadores. Como pode um professor aproveitar esses tempos, fora das aulas, para trabalhar, para aprofundar a sua formação científica, ou para pensar? Completamente impossível! Em casa ou no jardim sempre se consegue mais privacidade, ambiente de estudo e capacidade de se concentrar. Fala-se tanto em comparar uma escola a uma empresa. Nas empresas os funcionários têm um local de trabalho. Mesmo no ensino dito superior, muitos docentes não têm um local de trabalho, quanto mais os docentes do básico e secundário. Isto passa-se numa escola superior pública em Lisboa, não é nos confins da província. Tenho colegas que compraram a secretária e a cadeira onde se sentam e instalaram num cubículo que conseguiram surripiar mediante secretas manobras de bastidores. Outros nem isso. Lâmpadas, papel e material de escrita, temos de levar de casa. Isto para não falar de computadores ou de ar condicionado.
Qualquer pai que se preze e tenha possibilidades para isso, não sujeita os seus filhos a esta fantochada, simulacro de escola. Se quiser que eles tenham uma formação a sério, que eles aprendam alguma coisa, que eles consigam entrar num curso de medicina, têm de os colocar numa escola privada, ou contratar bons e caríssimos explicadores.
Custa muito mais que nos tentem enganar, do que dizer as verdades, por mais duras que sejam. Por favor, digam-nos claramente, a todos os cidadãos, ao País, que o Estado não suporta as actuais despesas com a educação pública nem com o serviço nacional de saúde e que se está a fazer tudo para reduzir os seus raios de acção e em consequência os seus gastos. O resto é folclore.O que se quer é pura e simplesmente privatizar a saúde e a educação.Não nos enganem dizendo que estão a cuidar dos alunos e das futuras gerações, quando estão apenas a economizar, mas economizar sem racionalizar, sem iliminar os gastos supérfluos, mas sim e erradamente, cortando no que é básico e essencial".
quinta-feira, março 06, 2008
Carta de agradecimento
A Senhora faça é aquilo que decidiu e não oiça o que os inimigos dos pais e das mães lhe tentam dizer (já agora, lembre-se da minha sugestãozita!). Assim, os professores, com medo da sua própria avaliação, passam a dar boas notas e a passar todos os miúdos e, desta forma, o nosso país varre o lixo para debaixo do tapete, porque é muito feio e incomodativo mostrarmos, lá fora, que somos menos capacitados que os nossos “hermanos” europeus".
Uma mãe e encarregada de educação agradecida
quarta-feira, março 05, 2008
Ex-Director Regional fala sobre momento que se vive na Educação
A revolta dos professores é justificada?
Mais do que justificada. Os professores têm sido enxovalhados e desacreditados no que têm de mais sagrado, a sua honorabilidade profissional.
Há medo nas escolas?
Quem o confessa é quem lá trabalha e têm-me chegado ecos desse sentimento através de professores e de gestores escolares.
O que está errado em toda esta equação: a reforma, a ministra da Educação ou os professores?
O que está errado é pretender-se fazer reformas, necessárias diga-se, sem contar com a colaboração dos professores e mesmo contra os professores. É uma ilusão pensar que isto é possível. O que esta equipa do ME, com o apoio expresso do Primeiro-Ministro, anda a fazer é a desestabilizar as escolas convencida de que vai conseguir mudar o rumo da educação. Quando a situação se deteriorar completamente vão-se embora e o sistema fica pior do que estava.
Maria de Lurdes Rodrigues tem condições para continuar no cargo?
Objectivamente tem enquanto o Primeiro-Ministro assim o entender. Mas depois das declarações feitas hoje (terça-feira) pela nova Ministra da Saúde acerca da necessidade de conseguir a colaboração dos profissionais da saúde para as reformas que quer fazer, pois contra eles não se pode fazer nada, não sei como podem coexistir no seio do mesmo governo duas Ministra com pontos de vista antagónicos sobre a forma de gerir os recursos humanos de que dispõem.
Identifique a principal virtude e o principal defeito da actual política de educação?
Virtude - a capacidade demonstrada no início do mandato para definir os principais problemas estruturais que afectavam/afectam o sistema educativo. Defeito - a incapacidade de mobilizar os profissionais da educação para as reformas pretendidas e com isto desestabilizar as escolas e criar um clima completamente oposto ao que é desejável em instituições educativas.
Na reunião promovida pelo Movimento em Defesa da Escola Pública, em Leiria, alguns docentes denunciaram a existência de grelhas de avaliação que levavam em conta a posição dos professores em relação à política educativa do governo. Como comenta?
Trata-se de uma situação absurda e ilustra como se pode ser "mais papista do que o Papa". Infelizmente, Portugal tem uma larga tradição de espias e bufos, denunciantes e similares e, pelos vistos, há quem não queira deixar morrer a tradição. Acredito que essas situações serão corrigidas de imediato.
José Manuel Silva,
ex-Director Regional de Educação do Centro
http://www.campolavrado.blogspot.com
Mais um iludido pelas estatísticas
João Marcelino
terça-feira, março 04, 2008
Mais um "Prós e Contras" dedicado à Educação
segunda-feira, março 03, 2008
Que me lembre, este é o texto mais infame que alguma vez se escreveu sobre a classe dos professores!
António Ribeiro Ferreira
Impertinências
"Das duas uma ou a ministra se cansou muito depressa do breve intervalo de paz que as circunstâncias lhe concederam ou não percebeu como escapou ao cutelo da remodelação a que se atreveu o primeiro-ministro. Seja como for, aí está ela de volta às hostilidades com os professores.
Medindo a tarefa ciclópica (e onde é que eu já ouvi isto?) de educar e ensinar os jovens portugueses, muitos dos quais não querem ser ensinados (e ainda menos educados), qualquer alma caridosa não deveria desejar à ministra um tão sinistro destino. Mas lá que ela o merece - ai isso merece!
Na história moderna, e nem por isso honrosa, do Ministério, cujos resultados os portugueses pagam mas não vêem, não pode ser ignorada a comissão de "sábios" que por lá se foi instalando. Não agora, mas desde há anos. Faltava juntar à obra, se é que faltava, a desautorização dos professores, expondo-os ao desrespeito atrevido e ignorante de toda a gente, incluindo pais (eles próprios tantas vezes carecidos de educação e instrução). Foi o que a ministra fez - ou consentiu que se fizesse - alienando os que melhor apoio lhe poderiam dar, os mais antigos, ultrapassados por motivos pouco claros.
Não consigo apartar-me de três ideias: primeiro, quem anda por lá a teorizar já esqueceu (se é que alguma vez soube) o que é uma escola; depois, não conhecem limites o autismo e a arrogância dos que nada perguntam, a ninguém ouvem e tudo sabem; finalmente, importantes são as estatísticas para Bruxelas, em nome das quais todas as enormidades se admitem. Esta ministra, cujo feitio nem sequer nos seduz a reconhecer-lhe a razão mesmo quando ela acaso a tem, deveria aprender com o que aconteceu ao colega que foi queimado em lume brando até que a rua o mandou para a rua. Sem piedade.
António Freitas Cruz, jornalista
JN
domingo, março 02, 2008
E a mentir se faz a cabeça da opinião pública
José António Lima
Nota: o sublinhado é meu.